sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Tudo o que me vier à cabeça - Liberdade Pura I

Hoje apetece-me extravasar; Hoje apetece-me não seguir uma linha contínua e de racionalismo quanto à forma (pois mesmo subjectivo, pode ter um raciocício lógico de tema); Hoje apetece-me sair do caminho traçado e fazer faíscas visuais e gráficas no sentido lógico que se dá a caminho recto, direito e contínuo; Hoje apetece-me falar de tudo e não sei o quê... apetece-me falar de mim, da minha alma, das almas dos outros, da emoção que as outras almas me causam; Hoje apetece-me falar das pessoas que me fazem amar; Hoje apetece-me falar das pessoas que me levitam e que me fazem borboletas e pássaros e cisnes e galinhas de ouro do nosso imaginário, na minha barriga redonda, na qual eu mesmo posso imaginar um mundo próprio de orgãos que têm uma vida própria e que sonham ter uma grande carreira profissional enquanto orgãos deste mundo, ou dos orgãos que preferem sonhar e depois fazem este mundo andar de cambalhotas...; Hoje apetece-me imaginar e não falar; Falar sem imaginar, mas tentando fazer que consigo fingir que não sonho nem penso nas intersecções da vida e do universo cósmico que me fazem sinais a todo o momento (será que cada pessoa é aquele sinal de mudança e de reflexão?!...); Hoje apetece-me não pensar na modelagem de vestidos nem de casacos mas fazer de qualquer coisa um casaco e um vestido sem complexidades que hoje apetece-me classificar de absurdas; Hoje, apetece-me abrir os braços e libertar esta preguiça como uma energia desmesurada que consegue tirar da secura e das cores acastanhadas, todas as plantas que vivenciam a minha vida e que fazem com que eu vivencie as delas; Hoje apetece-me falar dos meus professores, cujas vidas são como as fases da Lua e que me fazem repulsar, zangar, irritar, alegrar, ficar doido de euforia pelos meus resultados e com extrema adrenalina perante a injustiça; Hoje apetece-me falar de todos, todos, todos os ensinamentos que eles (e outros) me passaram com bastante dedicação; Hoje apetece-me falar dos amigos: De todos! Os amigos do coração, da onça.. os falsos.. sim aqueles que, segundo a psicologia da cor e da sua influência na sociedade resultaram em ditados populares, como sendo os que "fazem sorrisos amarelos" e que a minha professora... sim aquela bastante engraçada a quem gabo os casacos.... um deles até tem um tecido que gosto muito, construído em sarja sombreada, a mesma que aprendi em debuxo nas aulas de análise e produção têxtil...; Também gosto de falar dos amigos "meio-amigos" e dos amigos que muita gente confunde como "conhecidos" ou "bem-falantes"; Também quero falar das pessoas que se conheceram ontem e com as quais se têm bastantes conversas.. por sinal bastante interessantes...; E das pessoas amigas que parece terem aberto portas iluminadas, onde podemos frisar aquele ditado... "A vida é bela".. (se bem que não é muito um ditado para muitos).; E quero falar dos amigos que nos tramam. No trabalho, em situações diárias.. enfim ..; Quero falar de todos os amigos que chamamos de amigos e que muitos não são no sentido abstracto sentido, mas que se estipulou como "amizade" e não sei porquê.; Apetece-me também falar dos antigos, mas que foram (ou talvez não) amigos e que hoje estão em tribunal a contas por coisas tão tontas..; Hoje Apetece-me falar de tudo e de todos e de todas as coisas de tudo; Apetece-me falar dos corpos. Humanos, cósmicos, animais, vegetais, minerais.; Apetece-me falar dos orgãos que ficam também para baixo da barriga e acima da barriga; Quero falar do meu cérebro que dizem parecer inventado se não existisse, e onde muitos pensam estar a verdadeira caixa da pandora, que na realidade nem sei o que é, mas quero imaginá-la como um universo de fragrâncias e essências misturadas onde seres etéreos comem bolachas. As mesmas sobre as quais falei com um "amigo" há dias. Sim mais um amigo daqueles que me apetece falar hoje e que eu disse antes que queria falar antes de dizer que queria falar dos orgãos e dos corpos..; Hoje apetece-me ser eu. Ilógico e sem sentido, provocando a má-língua dos outros a dizerem de novo que sou bipolar e irreal (se não existisse) e bastante cromo; Também me apetece falar (pois lembrei-me) das más-línguas desses amigos e dos amigos não-amigos, mas que estabelecemos antes que seriam nossos amigos, mesmo que fosse por terem dito um "Bom-dia" com educação (Oh.. tão amigo). Hoje apetece-me falar dos postes de electricidade que caíram com chuva e o vento; Mas o vento não cai. O que cai é a chuva. O vento sopra. Mas a chuva que cai, nao se magoa por cair. De facto ninguém a faz cair, mas é ela mesma que cai antes de se evaporar e voar dos rios e mares com a ajuda do sol, pois a lua sempre disse nunca gostar de água. De facto mentiu, pois descobrimos àgua no segredo da sua caixa de pandora. Aquela marota. A chuva voa.. e assim quer depois aterrar para junto dos seus amigos vegetais e animais e minerais onde faz brotar novos vegetais. Também a chuva tem saudade portuguesa. Ela nutre pela terra e nutre a terra também; Também me apetece a falar do vento, que me lembraram que sopra, mas que na verdade não sopra porque nunca lhe vi a boca.; apetece-me falar dos pais e educadores e amigos que ensinam e falam sobre o soprar do vento que não sopra, mas que anda com velocidade. Ele não sopra. De facto sompram-lhe a ele. Quem lhe sopra é um ser chamdo atmosfera e que com as alquimias perfeitas e misturas fabulosamente desmesuradas e sensíveis provoca um sopro. Tão proporcional quanto o seu arrepio. Por vezes apanha esta gripe que inventei e todo o seu corpo atmosférico se torna num tornado de emoções febris.. e assim provoca enormes sopros.. esses sopros que não sopram porque não se vivem em si, mas porque alguém os sopra nesse mesmo corpo interno de si.
Hoje apetece-me aparvalhar e ser completamente doido. Apetece-me cheirar as flores molhadas da chuva madrigal que orvalha em cada folha com covas e bolhas irregulares da superfície de nervos e caules mínusculos que germinam no seu corpo dramaticamente colorido da estação. Hoje apetece-me ser eu. (:

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